quinta-feira, 23 de março de 2017

E só agora sei como lhe chamar, meu mar (justo agora que nem meu és mais)

Talvez esteja fazendo um pouco de drama?
Estou
Talvez nada mude?
Sim, vai mudar
E eu vou prometer nunca mais me permitir chegar nesse ponto novamente?
Vou
Talvez eu acabe fugindo?
Não, não vou
Se eu queria escrever algo estupidamente lindo?
Demais.
Você é muito grande pra esse mundo
E esse mundo não evoluiu o bastante pra você meu amor
Como queria escrever algo belo pra você
Só que não vem, as palavras engasgam antes mesmo de se formarem
O choro não sai
Nem a merda do maldito choro se esvai
Essa é minha missão no mundo?
Curar a todos?
E quem vai me curar?
Me sinto como alguém num pós-cirúrgico que por hora vai e volta de um sono incontrolável.
Eu preciso realmente cumprir minha promessa
De passar a ver tudo de forma superficial
Porque pior do que ver alguém ir embora, é ficar com restos de promessas vazias, é ficar só com o resquício de que poderia ter sido tudo.
Mesmo com essa dor horrível que está sendo aqui
Eu nunca em toda vida tive tanta certeza de quem eu sou
Do que eu quero
E é por isso que se tornou difícil demais dizer esse adeus
E eu sou todo esse lapso, sou maré
A areia que recebe o mar
Completa-se nele
E ao amanhecer se conforma na saudade de vê-lo partir em paz.
"Você sempre está explodindo Maria"
É o que a maldita voz me diz
Eu só queria deixar de ser Maria
Alma, uma parte sua dessa vez, com o mar -ia

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E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza

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