terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Airam descobre o amor, novamente
É uma tortura sem fim, e eu já havia vivido isso antes, mas é sempre assim, talvez tenha algo a aprender que ainda não aprendi.
É essa constante dificuldade de se desvincular de seres que nunca criaram verdadeiramente um vínculo com você.
É essa constante dificuldade de se desvincular de seres que nunca criaram verdadeiramente um vínculo com você.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
sábado, 28 de novembro de 2015
Por muito pouco não se tornou muito nada
Se certificou de que todos estavam dormindo
Fechou a porta lentamente
Trancou-a
Sentou no chão frio do banheiro
Tirou o tênis, e debaixo da meia um pacotinho com sua lâmina enrolada
Começou com pequenas tiras na coxa
Aquela sensação estava diferente
Antes ela sentia prazer
Agora dor
Estranho
Começou a ir mais fundo
E se abrir?
Mais fundo
Olha o sangue respingando no chão
Levantou e ligou o chuveiro
Voltou a sentar
Mais fundo
Riu
Mais fundo
Isso já está doentio
Onde mais consegue aprofundar
E então começou a perceber que não conseguia mais medir o quão fundo havia ido
E se pegar uma veia?
Mirou nas lembranças da aula de anatomia
Tinha uma artéria importante por aqui não?
Lembrou da promessa de não morrer pro amigo
Lembrou da promessa de não fazer mais isso pela amiga
Lembrou deles a chamando de egoísta
Mas ela era mesmo
E pela primeira vez começou a cortar mais fundo
E pela primeira vez se cortou por culpa
Não podia parar
Não podia
- Abre a porta
- Estou ocupada
E agora? Como se limpar e limpar tudo a tempo?
- Eu estou sentindo o cheiro de sangue, abre essa porta agora
- Estou só tomando banho
Estava fraca...
Talvez tenha ido fundo demais
Quando acordou
Alguém estava fazendo curativos e costurando ela
Aquela seria só mais uma cicatriz entre milhares
Ela voltaria a torturante rotina
De ser só mais uma entre milhares...
Por muito pouco não se tornou muito nada
Por muito pouco
Quase tocou a liberdade
Fechou a porta lentamente
Trancou-a
Sentou no chão frio do banheiro
Tirou o tênis, e debaixo da meia um pacotinho com sua lâmina enrolada
Começou com pequenas tiras na coxa
Aquela sensação estava diferente
Antes ela sentia prazer
Agora dor
Estranho
Começou a ir mais fundo
E se abrir?
Mais fundo
Olha o sangue respingando no chão
Levantou e ligou o chuveiro
Voltou a sentar
Mais fundo
Riu
Mais fundo
Isso já está doentio
Onde mais consegue aprofundar
E então começou a perceber que não conseguia mais medir o quão fundo havia ido
E se pegar uma veia?
Mirou nas lembranças da aula de anatomia
Tinha uma artéria importante por aqui não?
Lembrou da promessa de não morrer pro amigo
Lembrou da promessa de não fazer mais isso pela amiga
Lembrou deles a chamando de egoísta
Mas ela era mesmo
E pela primeira vez começou a cortar mais fundo
E pela primeira vez se cortou por culpa
Não podia parar
Não podia
- Abre a porta
- Estou ocupada
E agora? Como se limpar e limpar tudo a tempo?
- Eu estou sentindo o cheiro de sangue, abre essa porta agora
- Estou só tomando banho
Estava fraca...
Talvez tenha ido fundo demais
Quando acordou
Alguém estava fazendo curativos e costurando ela
Aquela seria só mais uma cicatriz entre milhares
Ela voltaria a torturante rotina
De ser só mais uma entre milhares...
Por muito pouco não se tornou muito nada
Por muito pouco
Quase tocou a liberdade
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Ao menos eu tentei
Juro
Me esforcei
Tentei sair do meu casulo
Tentei me sentir bem com outras pessoas
Mas
A solidão estava lá
O riso educado
Os acenos fingindo de que estava bem ali
Só que na verdade estava a um ponto de desabar
Não porque eram pessoas ruins
Talvez seja porque eu só não queria estar aqui
Talvez mesmo
Não queria ter que me carregar pra onde quer que fosse
Juro
Me esforcei
Tentei sair do meu casulo
Tentei me sentir bem com outras pessoas
Mas
A solidão estava lá
O riso educado
Os acenos fingindo de que estava bem ali
Só que na verdade estava a um ponto de desabar
Não porque eram pessoas ruins
Talvez seja porque eu só não queria estar aqui
Talvez mesmo
Não queria ter que me carregar pra onde quer que fosse
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
à Emma da vida Real
Tocou-lhe os lábios
O corpo
A alma
Como nunca alguem lhe haveria de tocar
Mesmo nunca o mesmo solo tendo algum dia tocado
O corpo
A alma
Como nunca alguem lhe haveria de tocar
Mesmo nunca o mesmo solo tendo algum dia tocado
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Sophia, querida
Sophia, querida
Tente entender
As coisas da vida
Que tento dizer
Não sejas amiga
Pois falta não te faz
Fuja da briga
Antes mesmo que ela nasça, cresça e se torne rapaz
Te apartas ainda
Que o coração vá atrás
Compreendas Sophia
A dor te compraz
Se em grupo se ia
Logo entenderás
Se não, por que só de sua mãe sairia?
Se na sociedade fosse ter paz?
Sophia, sorria
Isso ninguém pode te tirar
Nem a tristeza que tina
Porque na morte sozinha, novamente, estará.
Tente entender
As coisas da vida
Que tento dizer
Não sejas amiga
Pois falta não te faz
Fuja da briga
Antes mesmo que ela nasça, cresça e se torne rapaz
Te apartas ainda
Que o coração vá atrás
Compreendas Sophia
A dor te compraz
Se em grupo se ia
Logo entenderás
Se não, por que só de sua mãe sairia?
Se na sociedade fosse ter paz?
Sophia, sorria
Isso ninguém pode te tirar
Nem a tristeza que tina
Porque na morte sozinha, novamente, estará.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Segredo do povo
Os cabelo cor de araracanga pendiam ao contorno do corpo ate a cintura. Airam era, em tudo, selva. Nos olhos roubava o musgo da terra, nas orelhas uma pena azul rossava os ombros largos, que dos animais fortes, seus musculos a força sugara.
Desceu o enorme barranco como a água verte na cachoeira, escondeu-se atrás de uma árvore e avistou a barraca do forasteiro.
Ja se conheciam de outros encontros, mas a passarinha nunca fora ao encontro de onde ele habitava, nunca conhecera sua toca.
Estreitou por entre a mata alta e o viu socar algo numa especie de cambuca.
"Deveria ter trazido algo" pensou, mas o pensamento fugiu com o susto
- O que faz aqui Airam?
Ela não percebera o momento no qual ele saiu de onde estava e veio ao seu encontro
- Ah! Sim... bom... Dizem que para se saber se que alguem sente prazer em sua compania é preciso ir vê-lo quando ele não espera vê-lo
- Uma visita de surpresa é isso?
- Sim
- E se a pessoa odiar surpresas?
- Que pessoa triste ela é
Desceu o enorme barranco como a água verte na cachoeira, escondeu-se atrás de uma árvore e avistou a barraca do forasteiro.
Ja se conheciam de outros encontros, mas a passarinha nunca fora ao encontro de onde ele habitava, nunca conhecera sua toca.
Estreitou por entre a mata alta e o viu socar algo numa especie de cambuca.
"Deveria ter trazido algo" pensou, mas o pensamento fugiu com o susto
- O que faz aqui Airam?
Ela não percebera o momento no qual ele saiu de onde estava e veio ao seu encontro
- Ah! Sim... bom... Dizem que para se saber se que alguem sente prazer em sua compania é preciso ir vê-lo quando ele não espera vê-lo
- Uma visita de surpresa é isso?
- Sim
- E se a pessoa odiar surpresas?
- Que pessoa triste ela é
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Primeiramente, bom dia
Entrei na van sentido rodoviária e de lá ainda pegaria outro ônibus pra ir para casa.
De dentro da van foi possível ver vários policiais caminhando na rua, de dentro da van também surgiu o comentário de uma mulher beirando seus 30 anos, gorda, de coque no cabelo, moletom apertado e calça nível cofrinho, que até pouco tempo falava alto que estava indignada com gente que maltratava animais, no entanto, agora sua indignação repousava nos homens fardados "nossa esses vermes logo cedo na rua exibindo sua roupa nova" blablabla "bando de vermes" larilarilari "vermes". Juro que nem em uma aula de ciências eu ouvi tanto a palavra verme.
Confesso que imaginei, e até desejei, que aqueles homens tivessem cara de cachorro, quem sabe a repulsa da mulher seria amenizada.
Enfim rodoviária, quem sabe eu poderia finalmente começar meu dia em paz ou com menos ódio me cercando, mas não...
Havia um homem atropelado lá, era um velho, um falou, não ele não era tão velho, disse outro, há ele tava bêbado, ele tava indo pro trabalho, na verdade ele tava voltando, demorou uma hora pro resgate chegar, ele morreu, ele ainda ta acordado, quebrou cabeçabraçopernatudo, parece que não quebrou nada, ta vomitando sangue...
Achei interessante que enquanto a ambulância não chegava os "vermes" prestavam os primeiros socorros.
Entrei no ônibus, e as especulações eram enormes, as pessoas salivavam notícias sobre pobre coitado atropelado.
Passamos por uma estação de trem abandonada, havia dois homens deitados no chão frio, sujos e inumanos, podia-se ver que à muito não tinham uma refeição decente e o cobertor fino de nada os mantinha aquecidos.
As pessoas do ônibus já haviam encerrado o assunto sobre acidente, voltaram a falar da novela, do parente folgado, e até iniciaram aquela velha competição de quem é mais doente ou tem mais dores. Algumas olharam pela janela, viram os homens e simplesmente os ignoraram. Acho que é porque não tinha sangue.
Eu? Eu engoli o choro e me perguntei "o que to fazendo aqui?"
De dentro da van foi possível ver vários policiais caminhando na rua, de dentro da van também surgiu o comentário de uma mulher beirando seus 30 anos, gorda, de coque no cabelo, moletom apertado e calça nível cofrinho, que até pouco tempo falava alto que estava indignada com gente que maltratava animais, no entanto, agora sua indignação repousava nos homens fardados "nossa esses vermes logo cedo na rua exibindo sua roupa nova" blablabla "bando de vermes" larilarilari "vermes". Juro que nem em uma aula de ciências eu ouvi tanto a palavra verme.
Confesso que imaginei, e até desejei, que aqueles homens tivessem cara de cachorro, quem sabe a repulsa da mulher seria amenizada.
Enfim rodoviária, quem sabe eu poderia finalmente começar meu dia em paz ou com menos ódio me cercando, mas não...
Havia um homem atropelado lá, era um velho, um falou, não ele não era tão velho, disse outro, há ele tava bêbado, ele tava indo pro trabalho, na verdade ele tava voltando, demorou uma hora pro resgate chegar, ele morreu, ele ainda ta acordado, quebrou cabeçabraçopernatudo, parece que não quebrou nada, ta vomitando sangue...
Achei interessante que enquanto a ambulância não chegava os "vermes" prestavam os primeiros socorros.
Entrei no ônibus, e as especulações eram enormes, as pessoas salivavam notícias sobre pobre coitado atropelado.
Passamos por uma estação de trem abandonada, havia dois homens deitados no chão frio, sujos e inumanos, podia-se ver que à muito não tinham uma refeição decente e o cobertor fino de nada os mantinha aquecidos.
As pessoas do ônibus já haviam encerrado o assunto sobre acidente, voltaram a falar da novela, do parente folgado, e até iniciaram aquela velha competição de quem é mais doente ou tem mais dores. Algumas olharam pela janela, viram os homens e simplesmente os ignoraram. Acho que é porque não tinha sangue.
Eu? Eu engoli o choro e me perguntei "o que to fazendo aqui?"
sexta-feira, 10 de abril de 2015
As vontades de Alicia
A vontade de chorar era forte.
Engoliu
Sentiu vontade de morrer
Viveu
A vontade que detinha era de sumir
Apareceu
Vontade de desistir
Lutou
Vontade de fugir
Abraçou
Vontade enorme de odiar
Amou
A vontade de perdoar era forte...
não...
Vamos falar de chuva?
Engoliu
Sentiu vontade de morrer
Viveu
A vontade que detinha era de sumir
Apareceu
Vontade de desistir
Lutou
Vontade de fugir
Abraçou
Vontade enorme de odiar
Amou
A vontade de perdoar era forte...
não...
Vamos falar de chuva?
terça-feira, 24 de março de 2015
A caixa de Alicia
Alicia estava sentada, abraçando as pernas, dentro de uma caixa
Por fora quadrada, dentro oval
Por fora branca, dentro preta
Por fora grande, dentro pequenina
Por fora cheirosa, dentro fedida
Por fora sólida, dentro vunerável
Alicia chorou
Na caixa quase afogou
Foi então que pensou
Deveras, nem seja amor
Por fora quadrada, dentro oval
Por fora branca, dentro preta
Por fora grande, dentro pequenina
Por fora cheirosa, dentro fedida
Por fora sólida, dentro vunerável
Alicia chorou
Na caixa quase afogou
Foi então que pensou
Deveras, nem seja amor
quarta-feira, 18 de março de 2015
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
.
Olhou a folha em branco
Nada
Olhou o teto
Nada
Respirou
Olhou a foto na escrivaninha
Nada
Suspirou
Ousou olhar suas lembranças
Nada
Tentou buscar no seu futuro
Nada
Levantou, jogou o lápis contra a parede acinzentada
Buscou o espelho
E o que encontrou foi um vazio de completo...
Nada
Olhou o teto
Nada
Respirou
Olhou a foto na escrivaninha
Nada
Suspirou
Ousou olhar suas lembranças
Nada
Tentou buscar no seu futuro
Nada
Levantou, jogou o lápis contra a parede acinzentada
Buscou o espelho
E o que encontrou foi um vazio de completo...
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