sexta-feira, 25 de outubro de 2013

em minúsculo por favor

escrever...
respira..
vamos.
não era contentamento, conquanto que desejamos
não era de se esperar o tanto que esperamos
e só o amor permanece
e a incerteza não desvanece
ainda pensa na musa ruiva que teus lábios roubou?
ainda a ama, como em sua pele sussurrou?
e assim acaba
o nômade
e a arcaica
porque um dia os caminhos se cruzarão
tempo suficiente para se amarem como deve ser
(e essa parte roubei do seu dizer)
veremos um dia, tudo, integrante
num instante
e como num sorrir reluzente
(vi) veremos
e-ter-na-mente

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fé na morte que o resto é vida

Quando se sabe bem, meio mundo já está resolvido
Quando se sabe bem, meio caminho já está escrito
A questão é que nunca se sabe
Não se sabe respirar conscientemente
Não se sabe ter exataMENTE
E te dão a fé postulada
A atitude rotulada
Te fazem acreditar que sem ele és um nada
De amor maior estou farta
Farta também de você não esvair de uma vez
Matar o luto talvez
E luto do luto se fez
Fé na vida, que o resto é morte
Credo cruz, nem me venha com isso de sorte
Porque o azar de alguém é o saber bem de outrem
O mundo não gira em torno de nós
E consigo mesmo é impossivel ficar a sós

sábado, 12 de outubro de 2013

As diversas formas de ver o mundo (Sugestão de Renato)

Sim, sei definir, mas acredito que não seja comum o que vejo
o lápis do olho, borrado
o lápis no papel, borrão
as lágrimas nos olhos, saudade
as lágrimas do mar, verão
o cabelo rubro como veneno escorria-lhe pelo rosto
o batom jazia
a cor da pele a muito lhe fugira
o vomito de sua alma no vaso dormia
dormia também a fome por letras
e a muito sobre o mundo não escrevia
e não me perguntem o que vejo, porque é escuro

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Não sei definir, mas acredito que seja gente o que vejo
Lá vem ela, o vento canta em seu cabelo
E de longe seu perfume já sinto
E vem, vem comigo
Porque mulher de dádiva a gente não despreza não
Mesmo sem saber ao certo, nem a cor de seu cabelo, eu a despi por inteiro, só com esses olhos derradeiros
E já dela me deliciei
E quem nunca assim fez que atire a primeira pedra
Eu confio nesses olhos, no suor do meu trabalho
Eu sustento o meu sustento
Eu que mando no alago
Da labuta não lamento
Eu que ordeno e desordeno
Eu que dito o tamanho do lago
Mulher minha não tem opinião
Eu que sou o rei e nem gente ela é não
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Não sei definir, mas acredito que seja árvore o que vejo
A que belo barco vejo naquela arvore
De longe sinto que sua madeira... "é boa"
E mesmo distante a forma que o vento a balança me faz senti-la forte
Intensa...
será apenas uma pena
o seu perfume não mais sentir.
Sacrifícios são necessários
E a necessidade é o arbitrário
Quem sabe um dia...

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Não sei definir, mas acredito que seja animal o que vejo
Sim, adoro o que faço
E você que é escravo?
Já cansei dessa intensa fragilidade
É uma troca justa
Vejo ele vindo ao meu encontro
Nem quero saber a idade
Dinheiro bom ele aparenta ter
Minha vaidade é ser eu mesma
E foda-se quem não me acha deusa
Hoje que quero é ser mais eu
deus
zeus
apolo
colo
(em minusculo para sua fé não se ofender)
(quero apenas não querer e nem sei mais como não viver)
Que ele chegue logo até mim
Por que de longe vejo o vento que o beija
E seu perfume é forte.
Vou prover mel, e mostrar-lhe o fel
Porque sou eu quem tem tudo
E com minhas mão conquisto esse imundo
Pouco importa o que de mim acham
Mas se acham, por favor digam que mandei beijos
Porque quando me perdi
Achei o universo que queria

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Não importa o que vejo
Pois se vejo já me faz bem
Sou assim, alegre
Simples, e viver me basta.

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Não sei definir, mas que bom que vejo
A quem diga que o poeta tem visão melhor
É mais sensível
Não acho, nem acredito
Sorte mesmo é quem toca o objeto várias vezes
O poeta se limita a olhar e redigir
Ao leitor se dá a sorte
De olhar o visto que antes fora tocado com outros olhos
Como ambos os amantes, que ao longe agora vejo, sentados ao leito de uma árvore
Vejo e escrevo
Você, vê ambos e ainda vê a mim, que nesse sistema-poema me deleito
Oras, imagina a sorte de quem te ouve dizer sobre algo que leu que alguém escreveu sobre algo que viu alguém ver?
Aos olhos de todos, o universo se segue terrivelmente em louvores
E sim, tem o cheiro das flores
Desses versos que o vento tenta roubar
E de longe vejo o linear
Dessas silhuetas que brincam de dançar
O homem, que a árvore está a desejar
O homem que a mulher deseja dominar
A mulher que o pão vai ganhar
E eu que em vão tento desenhar...
Quem me dera ser o vento
Que a todos pode tocar
E ver de perto o que sente
O que vêem
Quem me dera ser deles o ar
Para roubar-lhe o folego quando preciso
Fazer-lhe respirar propositalmente
Trazer-lhe a paz quando indeciso
Ser-lhe por inteira e não só na mente

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Eu nada vejo

E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza

E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza
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