sexta-feira, 26 de julho de 2013

Verdade seja dita

Querido Droouni,
Hoje pela manhã ao caminhar pela aldeia observei um pequena india que atendia pelo nome de Airam. Ela chorava muito, e cantava uma canção triste, opaca.
Ousei sentar ao seu lado, e vi em suas mãos uma tinta roxa escura, mais adiante havia uma flor morta, totalmente violentada jogada no chão.
Airam pintava os cabelos negros,(eles ficaram cor de ferrugem). Eu até tive vontade de saber o porque daquele ritual, mas fiz mais do que isso,  eu me levantei e fui na beira da lagoa, lá haviam mais flores como aquela só que brancas. Arranquei uma e uma melodia começou a sair da flor, uma dor me tomou o dominio, e eu vi o quão cruel fui com a pequena flor. Comecei a chorar e a pedir perdão, Airam vendo, veio com toda sua experiência, pousou as mãos no meu ombro dizendo: agora que a machucou você deve cantar perdão, e tentar tirar dessa dor algo belo.
Comecei a cantar algo que eu mesmo fiz, e minhas lágrimas, ao tocarem as pétalas, deixaram a flor azul onírico, a pequena india me relatou que a planta só mudaria a cor se tivesse me perdoado...
(Eu pintei a borda da carta com ela, pra você ver como é lindo)
Foi entao que pintei meus emaranhados cabelos desbotados.
Agora estou aqui, olhando para o lago, e vendo que o perdão é bonito.

sábado, 20 de julho de 2013

Sr. Dia

O barulho do avião nem notado é
E quem muito voa logo perde a fé
Perde a sensação de quase morte
Perde o acaso
Perde o desejo pela sorte
já não se sabe ao certo o que é certo se saber
Transforma tão naturalmente água em vinho
Que seu pão não quer comer
Faz do templo um depósito de lixo
É angustia
É medo
É ira
É... eu entendo
(passo)
O barulho do avião nem notado é
Quando o menino se isola em seu fone, pobre Zé
Não voa, não sabe como viver é
É tão rotina caminhar
Quem nem repara na destresa do andar
Quem sabe quando se morre se percebe que estava vivo
Se assim é, passa-se a vida morto pra morrer e vivo saber como é.
Ok, confuso ficou...
(Passo)
O barulho do avião nem notado é
A cegueira que te ensurdece é a dor que te aleja
Porque besta é assim, tudo festeja
Perde-se o corpo
Perde-se a alma
Perde-se a voz
Perde-se a alva
Perde-se o não perder
Perde-se o desejo de voar
Porque da maquina/avião corpo a arte é o motor
(Passo)
O barulho do avião nem notado é

terça-feira, 16 de julho de 2013

E(s)(n)trada

Vamos respirar
Essa paz que eu mesma fiz
Acordei e pensei: em paz vou viver...
Vamos esperar!
Amanhã me desespero
Amanhã me berro
Amanhã, amanhã
Porque hoje me quero
Porque hoje me venero
Hey, não se esqueça querido:
Eu sou a deusa que dita as regras aqui
Cronos, aproveite para descançar
Porque hoje, hoje resolvi acordar
Eu que vou mandar!
Eu digo a hora que o mundo deve girar.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

A luz permanece

A vida é cheia de adeus
O problema é que quem vai sempre permanence em quem fica
E não tem volta
Quando quem mandou o outro ir foi quem desejou ficar
E nada sobra se não o amargo da lembrança
Que o passado é o mais novo lar

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Erase Rewind

(Leia ouvindo Erase Rewind - The Cardigans)
Inultimente tentarei definir isso aqui dentro
Esse gelo
Essa angustia atordoante
Essa vontade de estar distante
Ontem, quando a porta do ônibus abriu, pra um moço elegante descer, levei susto ao ver o meu reflexo...
Parecia um boneco de porcelana esquecido no penúltimo banco do ônibus
Foram por segundos, mas tive a chance de observar tudo
O cabelo exageradamente chamativo vermelho e azul, o fone discreto, os piercings que não serviram nem para lhe causar um pingo de dor, os lábios com um resto de batom vermelho gasto pelo dia corrido e exaustivo que teve e as olheiras de quem não dorme a séculos.
A franja caindo no olho, porque é tão lisa que a prisilha não conseguiu segurar
A camiseta preta surrada dos simpsons, um sueter bege e por cima um casaco verde musgo
A pele era branca, "preciso de um pouco de sol"
Até então eu não me assustei tanto... mas ai olhei os olhos, opacos, perdidos...
Quem era aquele ser jogado ali?
Qual era o seu sentido de vida?
Por que ela deveria continuar a existir?
Desistiu de si naquele momento... aquele ser ali eu não conhecia...
E desde então entendi porque sou tão confusa e perdida...
Aumentei a música ao ponto da pessoa no outro canto me olhar, mas no meu fone ela ainda não era alta o suficiente pra me acalmar.
A tentativa de fechar o olhos pra barrar a lágrima foi inultil...
Olhei pela janela, e não me vi mais...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Se importa se eu escrever sobre isso?

Deixa eu contar o porquê de não estar aqui nesse momento...
O porquê do meu corpo se mover e minha mente permanecer parada
Deixa eu explicar o que estava pensando
O porquê de não estar cantando...
...........................................
O seu nome gravei no corpo
O seu cheiro gravei na alma
...........................................
Quando virei as costas andei um bom pedaço com os olhos fechados
Nem música coloquei para ouvir
Não olhei para traz com medo de descobrir que você não estava mais lá
Confesso, esperei um "não vá", "fique", ou ainda "eu te amo sua
besta e eu sei que você também me ama", mas eu sabia que isso
não viria, porque quando olhei nos seus olhos, e o brilho não
estava lá, doeu...
O que você viu nos meus?
O que viu que nem eu sei que está aqui?
E aquele foi, sem dúvida, o beijo mais triste que alguém já
deu no mundo...
Ela... a covarde em questão...
Ela não entende
Não entende porque a paz não vem
Se fez a melhor escolha para todos
Porque a danada não aparece?
E foi avisado...
que se sentisse medo fugiria
e se a deixara fugir, é porque amor não sentia
Não sentia também o grito de socorro
O "me puxa pra cima do morro"
"Não me deixa do penhasco saltar"
"É você o meu lar"
Ser só
Estar só
Essa era sua condição permanente
Porque a melancolia, essa agonia
Nunca a abandonaria
E não é justo, jogar esse julgo, em alguém que tanto ama
Não é justo ser injusto
Não é certo ser errado com quem só faz bem
Não é certo fazer você carregar o mal que aqui tem
O sangue agora escorre, e nem adianta a dor de fora
Porque aqui dentro é tudo morte
é tudo choro
é tudo sangue agora
porque o que eu amava, deixei ir embora
e não esqueço os seus olhos...
porque quando olhei nos seus olhos, e o brilho não estava lá,
doeu...
O que você viu nos meus?
O que viu que nem eu sei que está aqui?

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Veneno

A menina das fitas, não usava mais fitas....
... e mesmo assim na sombra delas se perdia
Apesar do cabelo fogo, no peito o gelo ainda a dominava
E as dúvidas eram permanentes
Não sabia ao certo se deveria Correr
Viver
Fugir
Ficar
Morrer
(essa última era a mais viável)
Se enrolara tanto em suas fitas que agora só restava agonizar e ir embora...
Mas que não se iluda a pob(d)re menina-moça, pois fénix não é.
Não é também nascida pra ser feliz
Pra ter paz
Pra se decidir
Pra ter certeza do que faz
E como se desespera, e chora, e berra, e na face nada modifica
E nínguem sabe como se explica
Não sabem também o que é
Não berram
Não ajudam
O que ela deve ser?
Menina?
Moça?
Mulher?
Vende tu a tua alma, pra que dela detenham controle de escolha, porque o pior pesadelo de um homem é lutar contra si por si mesmo.

E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza

E se a singelez da margarida for melhor que a sedução da rosa? (Frase Rodrigo; Desenho Maria Luiza
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